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O QUE É EDUCAÇÃO CRISTÃ

Quando falamos de Educação Cristã, entramos em um campo muito abrangente. Embora muitos se propõem a apresentar uma perspectiva cristocêntrica é importante entendermos que existem várias abordagens e fundamentos filosóficos/ teológicos. Afinal, tão abrangente quantos as denominações são as proposta de Educação Cristã. Respeitando a nossa trajetória de estudos eu me atenho a pontuar perspectivas que acredito ser mais relevantes e que em suas definições englobam o maior número de propostas. Como educador cristão preciso reconhecer e pontuar que recorrerei em certo aspecto ao reducionismo, uma vez que será necessário recorrer a generalizações. Sem mais delongas, essas são as 3 perspectivas principais da Educação Cristã:

Primeira

PERSPECTIVA INTEGRACIONISTA

A perspectiva integracionista parte do princípio de que toda verdade é verdade de Deus e que, portanto, o cristão precisa se apropriar das verdades e expressa-las sob uma perspectiva cristã, negando aquilo que é abertamente anticristão.

Embora a premissa inicial corresponda à realidade encontramos despois disso acredito que nada mais possa ser considerado. Primeiramente Deus não espera que nos apropriemos da nada que pertença a esse mundo, sem que subjuguemos tudo a luz da Palavra. Apropriar de uma proposta e apontar para Deus não a torna cristã, pelo contrário isso prende o cristianismo a um reducionismo barato o utilizando como remendo, ao invés de fundamento. CUIDADO COM QUALQUER PROPOSTA QUE NÃO UTILIZA A BÍBLICA COMO FUNDAMENTO, MAS APONTO PARA CRISTO/ DEUS COMO JUSTIFICATIVA.

Um exemplo na área da educação são os cognitivos e Sócios interacionistas. Muitos irmãos sinceros se apropriam dessas perspectivas “sob uma perspectiva cristã”. Na prática pouca diferença existirá entre uma e a outra, por partirem do mesmo fundamento filosófico. Para mim, o cognitivismo é uma capa de ciência, um upgrade de Piaget com fases de desenvolvimento da criança (uma visão evolucionista naturalista do desenvolvimento humano) ao projeto social de emancipação da cultura majoritária vigente em Vygotsky.

Infelizmente a psicologização, a busca pela autonomia, a homogeneização da educação de homens e mulheres, o caráter utilitarista da educação o coach e outras modinhas modernas tem ludibriado e envenenado muitos de nossos educadores. Embora a água encontrada na privada seja água, ela não vale a pena ser bebida.

Segunda

ABORDAGEM EDUCACIONAL POR PRINCÍPIOS

A AEP não comete os mesmos erros epistemológicos dos integracionistas, e partem de uma antropologia fundamentalmente cristã. Portanto sua base advém da Palavra de Deus. A falha que percebo no desenvolvimento metodológico da AEP é que seu genes parte principalmente de um texto que não trata diretamente sobre educação (Gn 1-2) o que fez com que se desenvolva um o caráter pragmático e limitador de integralização bíblica, desenvolvimento da criança, o processo de aprendizagem, e em de ferramentas disponíveis. Entretanto, a AEP fez propositalmente fez uma boa escolha ao se apresentar como abordagem e não filosofia. Como abordagem ela é eficiente, na opinião de muitos, na fase da retórica, para salientar o caráter vocacional e a aplicação social dos conteúdos estudados.

Terceira

Abordagem da Educação Cristã Clássica

A ECC, assim como a AEP, se propõe a estabelecer e se desenvolver sobre e através de uma filosofia educacional bíblica. Seu introito está no livro de Provérbios e aspira comunicar o caráter trinitário de Deus como base para expressão da verdade, a medida que reconhece a estrutura, a ordem criacional: o trivium e o quadrivium cristão.

Esse direcionamento epistemológico une e define metodologia, currículo e filosofia. O trivium não é, portanto, apenas uma expressão das fases de desenvolvimento do estudante mas pense que esse trivium expressa também: 1. Ferramentas (dados do conhecimento/ relação dos dados e organização do conhecimento/ aplicação do conhecimento); 2. Um processo de aprendizagem (receber/ processar e organizar/ fazer); 3. Princípios de integralização (narrativa/ relação/ vocação; Entre outros… Por isso acredito que a Educação Cristã Clássica é a proposta mais eficaz para o desenvolvimento de uma prática educacional cristocêntrica.

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EDUCAÇÃO DOMICILIAR: A “FÓRMULA” PARA O SUCESSO

Se você leu o artigo “O que é Educação Domiciliar?” já deve saber que a Educação Domiciliar é uma educação sob medidaalternativa à escola e usa o mundo como sala de aula. Agora, você pode estar se perguntando, como fazer uma boa Educação Domiciliar? Como saber se estou indo pelo caminho certo? Bom, no artigo de hoje vamos falar de cinco ingredientes essenciais para a “fórmula” de uma boa Educação Domiciliar. É importante ressaltar que estamos falando de uma Educação Domiciliar cristã. Então, vamos lá.

  1. INSTRUI A CRIANÇA NOS CAMINHOS DO SENHOR.

Algumas pessoas acham que uma educação se torna cristã quando apensamos à grade horário um tempo para estudar religião. Mas uma educação verdadeiramente cristã não aponta para Deus apenas como um fator, mas sim como o ponto de partida para todas as coisas. Assim, instruir a criança nos caminhos do Senhor não significa apenas ensinar moralidade ou virtudes, mas mostrar que a cosmovisão cristã tem a ver com todas as ciências. Além disso, uma educação que aponta para Deus deve ser instrutiva e não dedutiva. Como foi dito anteriormente, não há um modelo único nem na prática do Homeschooling nem no chamado Unschooling. A principal diferença entre essas é que o Unschooling se apresenta como uma prática não direcionada, enquanto o Homeschooling, em seus diferentes modelos, ocorre de forma mais controlada. Como cristãos, entendemos que deixar a criança guiar seu próprio processo de ensino-aprendizagem é, na verdade, abandoná-la à sua própria sorte, pois a falta de instrução e direção acabam prejudicando a criança, a qual, sendo pecadora, se deparará com a impossibilidade de desenvolver virtudes ou mesmo compreender o plano da salvação por si mesma (Pv 22:6, Dt 19:20). Deus não nos deixa tatear no escuro, mas Ele mesmo se revela a nós de maneira instrutiva através das Escrituras. Assim, não acreditamos na eficácia de uma educação totalmente autoguiada pela criança, mas acreditamos que o interesse da criança deve ser despertado dentro de um caminho pré-estabelecido. Isso nos leva ao segundo ingrediente.

  1. DESPERTA O INTERESSE E O AMOR PELO CONHECIMENTO.

A ED deve ser um processo prazeroso tanto para pais quanto para seus filhos. Além de apontar para o Criador, os pais devem envolver a afetividade e gerar deslumbramento diante do conhecimento. Isso pode ser feito de diversas formas, mas algo muito significativo são as narrativas. O uso de histórias não só envolve a criança, mas também pode ser usado como fonte para os conteúdos a serem estudados (leia mais sobre isso nos artigos sobre Educação Cristã Clássica). Claro que o envolvimento dos pais também conta. Sendo os pais aqueles que melhor conhecem seu filho e mais o amam, com certeza serão os mais aptos para atraí-lo e despertar seu interesse, gerando uma personalização da educação, que será nosso terceiro ingrediente.

  1. LEVA EM CONTA O RITMO E A INDIVIDUALIDADE DA CRIANÇA.

Além se serem os mais aptos para gerar afetividade em seus filhos, estudando o processo de aprendizagem os pais podem ser mais aptos também para discernir as dificuldades e as potencialidades de cada filho. Assim, muito mais do que alguém cuidando de 25 crianças ao mesmo tempo, eles podem dar muito mais atenção a necessidades específicas. Podem “atrasar” o conteúdo caso necessário, pois não precisam obedecer ao ano letivo escolar. Eles devem estar atentos a oportunidades para ir mais a fundo em um assunto que despertar mais interesse, ou adiantar conteúdos que se tornarem muito fáceis. Na ED a criança não tem que esperar os colegas terminarem para continuar e não corre o risco de ficar desinteressada por estar à frente dos outros. O nível e a profundidade do estudo podem atender suas demandas específicas.

  1. PERMITE O CONTATO COM OUTRAS VISÕES DE MUNDO E NARRATIVAS.

Embora a ED tenha como ponto de partida a visão de mundo dos pais, ela não pode terminar por aí. Eu posso ensinar sobre o Deus da bíblia como único e verdadeiro, mas tenho que ensinar também que há pessoas que discordam dessa visão e que têm outros pontos de vista. Claro que devemos nos atentar para a idade e maturidade da criança para fazê-lo, pois uma criança de 4 ou 5 anos não compreende conceitos tão abstratos. Mas uma criança de 12 anos, por exemplo, já está pronta para se relacionar com pontos de vista opostos ao seu (leia mais sobre isso no artigo sobre a fase da lógica).

  1. QUE FUNCIONA!

A despeito de indicações, planos e metas, o mais importante é ser realista. Os pais podem usar um material já pronto, ou fabricar seu próprio material. Podem estudar uma matéria por mês ou todas concomitantemente. Podem dividir os conteúdos em disciplinas, ou pegar um tema e estuda-lo da perspectiva de várias disciplinas ao mesmo tempo. Podem utilizar as redes e novas tecnologias como fonte de conhecimento, ou podem ir até as bibliotecas, museus, fazer passeios nos locais históricos… as possibilidades são infinitas e muito diversificadas. Mas cada família tem uma dinâmica, rotina e organização diferente. Por isso, fazer um estudo temático sobre um assunto durante meses pode ser maravilhoso para uns, mas entediante para outros. Deixar os horários mais flexíveis pode ser eficiente para uma família, mas outra família pode preferir ser mais disciplinada nos horários. Assim, não tenha medo de testar e descobrir qual é o modelo ou metodologia mais eficaz para a sua!

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